SENAI-PE inicia cursos técnicos em São Tomé e Príncipe
Estudantes do Ensino Secundário de São Tomé e Príncipe, na África, agora, tem mais um caminho para se prepararem para o mercado de trabalho e contribuírem com seu país. É que, no último mês de setembro, o Centro Politécnico de Formação Profissional Brasil – São Tomé e Príncipe iniciou a oferta de três cursos técnicos integrados, direcionados para formar profissionais para atuarem nas áreas de Administração, Redes de Computadores e Eletrotécnica. A novidade é resultado de uma iniciativa executada pelo SENAI Pernambuco e marca mais uma etapa da segunda fase da cooperação entre a Agência Brasileira de Cooperação e o governo local, firmada há 13 anos por meio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Desde sua inauguração, em 2014, o Centro Politécnico tem sido um importante aliado para a formação de jovens profissionais no país africano. Na época, foi iniciada a oferta de cursos de curta duração, em áreas como Automotiva, Soldagem e Elétrica. A segunda fase, focada na oferta dos cursos técnicos, teve início em 2019, mas foi efetivamente retomada após a pandemia da Covid-19. Já neste ano, especialistas do SENAI Pernambuco participaram da elaboração de programas de ensino, do estatuto e do regimento do Centro de Formação, além de terem capacitado 42 docentes na base pedagógica da Metodologia SENAI de Educação Profissional (MSEP), cujo foco é o ensino prático alinhado às demandas reais do mercado de trabalho.
Coordenador do projeto pelo SENAI Pernambuco, Fernando Freyre destaca que o início da oferta dos cursos técnicos gera esperança para São Tomé e Príncipe, que vem sofrendo com a migração de jovens para a Europa. Hoje, 190 estudantes já estão matriculados nos novos cursos, e a expectativa é que, em breve, esse número atinja a marca de 1000 alunos. “Agora, esses jovens têm a perspectiva de se qualificarem e conseguirem emprego em seu próprio país, o que irá ajudar no desenvolvimento de São Tomé e Príncipe”, pontuou.
PRÓXIMOS PASSOS
A segunda fase da cooperação seguirá ao longo dos próximos quatro anos. Durante esse período, caberá ao SENAI Pernambuco desenvolver uma série de ações para garantir desde a expansão da oferta de cursos profissionalizantes até a consolidação do modelo de ensino em São Tomé e Príncipe. Para 2024, por exemplo, estão previstas a estruturação de laboratórios; o início da oferta de cursos de qualificação nas áreas de Alimentos e Construção Civil; a capacitação da equipe interna nos processos administrativos; e a qualificação técnica dos docentes, que vão colocar a mão na massa para se aprofundar na MSEP.
A própria formação técnica oferecida pelo Centro Politécnico, que tem duração total de três anos, também será acompanhada. A ideia é que, em 2027, seja feita a primeira avaliação dos egressos, para identificar como está sendo a aceitação dos recém-formados no mercado de trabalho – o que também é feito pelo SENAI no Brasil. “Vamos avaliar tanto se eles conseguiram emprego quanto se as empresas estão satisfeitas com o perfil do profissional, se consideram que eles estão preparados para atuar na atividade que estão exercendo. Temos muito a desenvolver”, ressalta Freyre.