ISI-TICs irá criar solução para monitorar desastres relacionados à chuva
Um novo projeto capitaneado pelo Instituto SENAI de Inovação para Tecnologias da Informação e Comunicação (ISI-TICs) irá ajudar a Prefeitura do Recife a monitorar e prevenir desastres provocados pelas chuvas. A partir de tecnologias como internet das coisas, sistemas embarcados e sensoriamento remoto, a proposta é desenvolver uma plataforma com informações que auxiliem a gestão pública no gerenciamento dos riscos associados às chuvas, sobretudo em áreas de encostas. No total, cerca de R$ 800 mil serão investidos no projeto, aprovado em primeiro lugar no edital lançado pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe) no último mês de julho.
O projeto será estruturado a partir de diferentes abordagens. Em primeiro lugar, será adotada a metodologia da cartografia rápida, que faz uso de imagens de satélites para apoiar o gerenciamento de desastres. A proposta inclui, ainda, a fabricação de drones customizados, que consigam realizar voos durante chuvas leves para avaliar áreas de risco e coletar dados para ajudar na tomada de decisões. Por fim, haverá a instalação de uma rede de sensores em áreas de morros, para avaliar aspectos como umidade e movimentação do solo. “Queremos entregar para a gestão pública uma metodologia e uma plataforma inovadoras, que facilitem o processo de gestão de riscos. Com essas informações, será possível agir antecipadamente e reduzir o risco de desastres”, explica o pesquisador líder do ISI-TICs e coordenador técnico do projeto, Ricardo Brazileiro.
Para garantir o máximo de assertividade, o projeto, cuja execução segue até o fim de 2023, será desenvolvido em parceria com a TPF Engenharia, empresa pernambucana que acumula experiência em trabalhos com geotecnia e gestão de riscos, e com a própria Secretaria Executiva de Defesa Civil do Recife. O Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP São Carlos e o SERTIT (sigla em francês para Serviço Regional de Processamento de Imagens e Sensoriamento Remoto) também irão colaborar com a iniciativa.
Secretário-executivo de Defesa Civil do Recife, Cássio Sinomar destaca que o projeto surge em momento oportuno, uma vez que o mundo está vivenciando um período de mudanças climáticas que dificultam a previsibilidade de fenômenos meteorológicos. “Cada ferramenta que esteja disponível para ajudar a identificar riscos e fazer o planejamento para salvar vidas é de extrema importância. A partir das pesquisas que serão realizadas, poderemos aprimorar ainda mais este trabalho de prevenção, a preparação e a mitigação de fenômenos naturais de grande porte”, ressalta.
Diretor de Inovação e Tecnologia do SENAI-PE, Oziel Alves reforça, ainda, que a proposta do ISI-TICs é atuar de forma transversal, promovendo a articulação entre as instituições envolvidas e as próprias comunidades que participarão dessa pesquisa aplicada. “Nesse cenário, o instituto assume a missão de utilizar a inovação como um vetor para a transformação social, construindo parcerias e propondo soluções que possam ser efetivamente utilizadas pela sociedade”, enfatiza.
Institutos SENAI de Inovação – A Rede de Institutos SENAI de Inovação foi criada para atender as demandas da indústria nacional. Ela tem como foco de atuação a pesquisa aplicada, o emprego do conhecimento de forma prática, no desenvolvimento de novos produtos e soluções customizadas para as empresas ou de ideias que geram oportunidades de negócios. Os institutos trabalham em conjunto, formando uma rede multidisciplinar e complementar, entre si e em parceria com a academia, com atendimento em todo o território nacional.
A rede é composta por 26 Institutos SENAI de Inovação. Desde a criação, em 2013, mais de R$ 1,2 bilhão foram mobilizados em 1.332 projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). A estrutura conta com mais de 930 pesquisadores, sendo que cerca de 52% possuem mestrado ou doutorado. Por serem reconhecidos como Instituições de Ciência e Tecnologia (ICT), os Institutos SENAI de Inovação possuem acesso a diversas fontes de financiamento não-reembolsáveis para projetos de PD&I. Atualmente, 15 institutos compõem unidades EMBRAPII e possuem acesso direto a recursos para financiamento de projetos estratégicos de pesquisa e inovação.