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set 19, 2024

Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência

Especialistas garantem que a profissionalização para pessoas com deficiência é fundamental para promover a inclusão social e a autonomia, proporcionando a participação ativa no mercado de trabalho. Através da capacitação, é possível desenvolver habilidades técnicas e ampliar suas competências, contribuindo para o aumento da empregabilidade e independência financeira. Uma realidade ainda distante, segundo pesquisa do IBGE, que revela que o nível de ocupação das pessoas com deficiência foi de 26,6%, menos da metade do percentual encontrado para as pessoas sem deficiência (60,7%).
Com o objetivo de diminuir essa distância entre o profissional PCD e o mercado de trabalho, o SENAI Pernambuco conta com um PSAI (Programa SENAI de Ações Inclusivas). Ele atende as vertentes de gênero, etnia/raça, maturidade/idosos e pessoas com deficiência empenhando-se em garantir que os processos de ensino e aprendizagem disponham de docentes e equipe escolar capacitados para atuarem com a diversidade, por meio do reconhecimento das especificidades de cada sujeito.  Atualmente, a instituição tem 194 alunos matriculados com deficiências.
Rampas de acesso, elevadores, corrimãos e banheiros garantem mobilidade segura. As salas de aula têm espaço adequado para cadeirantes, garantindo conforto e segurança aos alunos. A tecnologia utilizada nas aulas é composta por softwares de leitura de tela, amplificadores de som, aplicativo SENAI Libras (glossário de tradução de termos técnicos 3D) e outros recursos que garantem o aprendizado dos alunos com deficiências auditivas e visuais. A comunicação com esses alunos possui intérpretes de Libras na sala de aula, quando necessário, além de material didático acessível, incluindo recursos audiovisuais com legendas e descrição sonora. Os profissionais da casa também são treinados em práticas inclusivas para oferecer todo suporte necessário.
Esse programa também trabalha temáticas mensalmente para serem abordadas pelos alunos em sala. Neste mês de setembro, o tema é inclusão das pessoas com deficiência. Foi distribuído um panfleto com um desafio, que consiste em identificar uma empresa ou indústria pernambucana que adote solução inovadora para o desenvolvimento de tecnologias de acessibilidade no ambiente de trabalho para PCDs. E se essa solução não existir, os alunos devem apresentar uma.
A coordenadora pedagógica do SENAI-PE, Alemy Varela, é só elogios aos alunos PCDs. Segundo ela, é um grupo bastante participativo e interessado nos conteúdos ministrados em sala de aula. “Eles são bastante acolhedores e se mostram sempre dispostos a aprender. Para mima é uma experiência única em poder contribuir e participar desse desenvolvimento deles”, ressalta.
Por se tratar de alunos com necessidades especiais, o vínculo também é estabelecido com as famílias, igualmente dispostas a contribuir para o crescimento de seus filhos/irmãos/sobrinhos. “Quando ouvimos o depoimento das famílias, sentimos o quanto é engrandecedor atuar na educação profissionalizante. E ao mesmo tempo também aprendemos muito com eles”, diz Alemy.
Fátima da Silva é mãe de Renata e Gabriel. Os irmãos concluíram o curso de costura do SENAI em julho e já estão empregados numa fábrica de confecções do Recife. A autonomia e autoestima resultantes do processo educacional são motivos de muita comemoração por parte da mãe. Renata tem 19 anos e possui Transtorno do Espectro Autista. Gabriel, de 23, tem Síndrome de Down. “O SENAI abriu caminho para a autoestima dos meus filhos, sou muito agradecida a todos que fizeram parte da vida deles nesses seis meses de curso. Hoje eles socializam com uma tranquilidade que não tinham antes”, pontuou.
Quem está no dia a dia com os alunos PCDs também percebe a diferença que a educação profissional faz. O professor de Modelagem, Costura Industrial e Controle da Produção, Almir Andrade, lembra que o ambiente propício às condições desses estudantes influi diretamente no resultado apresentado. “As estratégias pedagógicas bem pensadas e adequadas às necessidades específicas de cada aluno fazem com que a participação deles aumente bastante”, disse.
Além disso, para ele, enquanto responsável por ministrar os conteúdos, a rotina com esse público também é um grande aprendizado. A abordagem diferenciada direciona o professor a desenvolver outras habilidades, que muitas vezes, nem eles imaginavam possuir.
“Estamos, a todo momento, aprendendo com esses alunos, pois esse trabalho nos leva a desenvolver novas perspectivas e diferentes formas de ensino. Trabalhamos nossa criatividade, flexibilidade e, acima de tudo, aprendemos a valorizar a inclusão”.

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